No princípio eram três frames, um cenário estático e uma pontuação, até que se fez a luz nas telinhas!
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Esse pode ser considerado o primeiro videogame portátil aqui no Brasil e foi o primeiro que eu tive |
É incrível como uma memória de infância pode ficar gravado na sua mente tão fortemente pelo resto da vida. Este pequeno jogo portátil (ou handheld da foto acima) foi um dos primeiros jogos virtuais que cheguei a jogar na vida, um dos meus primeiros
videogames
e até hoje consigo sentir na memória o
filling desses botões nos meus polegares de quando era criança ao apertar esses botões por horas.
Os formatos desses mini-games aqui no brasil eram os mesmos, só mudavam os cenários fixos no cristal líquido e os três ou mais
frames sempre pretos com pequenos desenhos bem detalhados. É inegável que na atualidade isso pareça uma peça barata de camelô, mas era o que tínhamos de portabilidade acessível no Brasil do tardio universo dos portáteis no início dos anos 90. Uma história que mostra um pouco da nostalgia dessa época foi contada no
Crônicas de um boteco.
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O formato não era nada ergonômico, se repetia e só mudava o jogo |
Enquanto isso, fora do Brasil, desde 1976, ano de lançamento do
Mattel Auto Race, passou a existir os videogames portáteis. E mesmo que você diga que o Auto race era apenas um minigame por ter apenas um jogo, o
Microvision já tinha a possibilidade de mudar de jogo ou cartucho em 1979.
Somente com o grande Game Boy em 1989, foi que o portátil passou a
existir para o grande público, ou seja, somente na quarta geração dos
videogames é que os portáteis começaram a se tornar algo relevante para o
mercado.
Mas antes do Game Boy, a Nintendo já tinha seus portáteis com jogos únicos, ou mini-games aqui na nossa definição, que fizeram muito sucesso lá fora, mas infelizmente não chegaram no Brasil oficialmente. São os famosos Game & Watch. Conhecida como a segunda geração dos videogames que inclui também o Microvision por sinal.
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Formato simples, bonito e elegante, fácil de aprender só de olhar
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Infelizmente não pudemos vivenciar a evolução do Game & Watch e sua riqueza de possibilidades naquela época. Foram tantos modelos, tantos jogos criativos que mesmo sem ter chegado aqui, tivemos um vislumbre desses jogos pelos mini-games.
Vamos dar uma olhada na grande variedade de modelos que foram desenvolvidos somente do Game & Watch que se iniciou nos anos 1980 e foram sendo lançados até o final dessa década. (Clique para ampliar)
As primeiras versões, as séries Silver e Gold vinham cada um com um jogo, mas cada um mais criativo que o outro dentro das limitações que uma tela de 3 a 6 frames podiam possibilitar.
As segundas versões produzidas no meio do ano de 1981 já vieram com telas widescreen, coisa que a gente passou a usar somente depois dos anos 2000. Com jogos famosos como Mickey Mouse, Popeye e Snoopy Tennis. Vamos dar uma olhada neles abaixo. (Clique para ampliar)
Com o sucesso das primeiras versões, a Nintendo, no ano de 1982 lançou uma versão com duas telas, o famoso formato que voltou, fez e faz sucesso até hoje nos Nintendo DS. E foram nesses modelos que um dos jogos mais icônicos foram lançados, o histórico Donkey Kong em março de 1983 que já vinha com a direcional em forma de cruz que é usado até hoje em todos os controles dos vídeo games atuais.
Diante do grande número de vendas desses modelos, principalmente pelas versões de Donkey Kong e Zelda que veio mais para o final da década de 80. Mas é impressionante ver como a Nintendo se dedicou a tentar trazer mais e mais novidades e não ficou apenas trazendo os mesmos hardwares com joguinhos modificados a cada ano. Vamos dar uma olhada nessa grande variação de modelos de portáteis lançados nessa década.
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São diversas versões desde pequenos fliperamas a telas transparentes na versão Crystal e telas refletidas nas versões Panorama Series
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Com certeza essa foi uma época rica para os fãs de portabilidade, na visão de futuro dos games para os nerds da época. Esses foram o vídeo games que fundamentaram o portátil mais amado de todos os tempos, que infelizmente não tivemos acesso aqui. Mas o GameBoy foi uma revolução com a possibilidade de trocar de cartuchos, com vários jogos diferentes ao invés de ter que comprar uma versão de cada mini-game para poder jogar jogos diferentes.
Foi com ele que a Nintendo continuou seu império de vídeo games portáteis e jogos cada vez mais cativantes com seus personagens igualmente encantadores. Dos quais, posteriormente tivemos algum acesso aqui pelo Brasil. E a cada lançamento, cada novo GameBoy foi marcante a seu modo, desde o uso de cartuchos na primeira versão, com a evolução da versão com cores e assim por diante.
Por mais que, no início só tenhamos experimentado o subproduto que esse sucesso gerou no início dos portáteis, com os mini-games paraguaios, foi o suficiente para manter na memória de alguns brasileiros, quando crianças, os encantos de se jogar um jogo de vídeo game eletrônico em qualquer lugar que se quisesse.
O mais próximo que tivemos por aqui do primeiro GameBoy, foram os famosos Brick Game com 9999 jogos em 1, que originalmente chegaram no Brasil apenas com o Tetris e sua clássica musiquinha tema que depois evoluiu para jogos de corrida, guerra de naves e outras variações infinitas dos mesmos jogos. Lembra dessa curvinha sensual no meio do game que encaixava perfeitamente seus dedos por trás do portátil?
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Tetris, jogos de tiro e corrida era o que havia nesses portáteis, todos feitos com gráficos de cubos pretos
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Apesar desse mini-games pirateados terem chegado a um país de terceiro mundo, eles foram fundamentais para que as empresas começassem a perceber como o Brasil tinha público para o vídeo game e empresas começaram a trazer vários modelos desde o Atari 2600 aos atuais jogos completamente localizados (dublados) na língua portuguesa que recebemos atualmente.
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